Por I. Malforea
Blues brasileiro... Mais além: blues baiano! Talvez os velhos bluesmen de Chicago ririam se alguém lhes dissesse que um dia haveria blues fora dos EUA, assim como rimos quando vemos na TV algum gringo se arriscando no samba. Uma das grandes vantagens(por um ponto de vista, claro) de se estar num país não-considerado “de elite” é que passamos a conhecer bem os que nos influenciam, especialmente no aspecto cultural. Será por isso que aprendemos tão bem o jazz a ponto de misturá-lo com o samba e exportar(inclusive para os próprios EUA) o resultado como bossa nova? E o rock n’ roll então?
Apesar de ser o pai do rock, o blues no Brasil encontra-se anos-luz atrás de seu sucessor: não é difícil lembrar de alguns grandes poetas do BRock, ou até de classificarmos em vários estilos diferentes deste mesmo gênero. Apesar de um tanto atrasado, o rock chegou por aqui há um bom tempo, quando Elvis ainda era a grande novidade no hemisfério norte. Houve tempo o bastante para que evoluísse da jovem guarda até a Camarones Orquestra Guitarrística, por exemplo. E o que dizer do blues?
O blues sempre esteve embutido mesmo na chamada MPB, mas só há poucos anos começou a ser assumido, com artistas autodeclarados blueseiros. As primeiras bandas apareceram na região sudeste, que até hoje mantém a maior concentração de bandas de blues no país. Hoje já conhecemos vários bluesmen(e women) em outros cantos, como Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará e Pernambuco, mas o grande público, em geral, ainda sequer sabe que papo é esse: “azul o que?”
Temos o privilégio de testemunhar o nascimento do BRBlues: começam a aparecer as primeiras manifestações que fogem do lugar-comum, que é falar incansavelmente de bebedeiras, confusões e mais um ou dois temas que parecem simples traduções do blues americano: são muitos músicos excelentes, mas em sua maioria guitarristas ou gaitistas que resolveram cantar letras muito parecidas entre si e não raro totalmente fora de nosso contexto. Já podemos encontrar bandas brasileiras com propostas novas e começando a fazer o que fizemos com o rock: adaptá-lo ao nosso mundo e torná-lo nosso.
Tocar blues atualmente é fazer o trabalho de um bandeirante: todas as bandas são pioneiras e carregam a grande responsabilidade de mostrar ao povo que o blues é muito mais que “aquelas músicas de strip-tease”. É um gênero alternativo ao que se chama hoje de alternativo. Mesmo esse público mostra resistência ao som do Mississipi. Como explicar tanta dedicação diante de tamanha dificuldade? Empatia, ou simplesmente amor ao blues. O principal objetivo da música é comover, emocionar. Logo, grande parte desses pioneiros do BRBlues encontraram a melhor forma de torná-lo seu, que é através da identificação, mesmo que para isso nenhum de nós precisemos trabalhar numa lavoura de algodão ou ter de se submeter a assentos para brancos ou negros no ônibus.
O blues traduz o que a alma diz, em reação ao ambiente. Por que não seria possível cantá-lo por aqui? Seria o mesmo que dizer que a rebeldia e o protesto do rock fossem exclusividade de alguns, em determinado ponto do globo. Isso é a globalização, que nunca destruirá completamente o regional. Vamos todos assistir de camarote ao crescimento do BRBlues.
Apesar de ser o pai do rock, o blues no Brasil encontra-se anos-luz atrás de seu sucessor: não é difícil lembrar de alguns grandes poetas do BRock, ou até de classificarmos em vários estilos diferentes deste mesmo gênero. Apesar de um tanto atrasado, o rock chegou por aqui há um bom tempo, quando Elvis ainda era a grande novidade no hemisfério norte. Houve tempo o bastante para que evoluísse da jovem guarda até a Camarones Orquestra Guitarrística, por exemplo. E o que dizer do blues?
O blues sempre esteve embutido mesmo na chamada MPB, mas só há poucos anos começou a ser assumido, com artistas autodeclarados blueseiros. As primeiras bandas apareceram na região sudeste, que até hoje mantém a maior concentração de bandas de blues no país. Hoje já conhecemos vários bluesmen(e women) em outros cantos, como Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará e Pernambuco, mas o grande público, em geral, ainda sequer sabe que papo é esse: “azul o que?”
Temos o privilégio de testemunhar o nascimento do BRBlues: começam a aparecer as primeiras manifestações que fogem do lugar-comum, que é falar incansavelmente de bebedeiras, confusões e mais um ou dois temas que parecem simples traduções do blues americano: são muitos músicos excelentes, mas em sua maioria guitarristas ou gaitistas que resolveram cantar letras muito parecidas entre si e não raro totalmente fora de nosso contexto. Já podemos encontrar bandas brasileiras com propostas novas e começando a fazer o que fizemos com o rock: adaptá-lo ao nosso mundo e torná-lo nosso.
Tocar blues atualmente é fazer o trabalho de um bandeirante: todas as bandas são pioneiras e carregam a grande responsabilidade de mostrar ao povo que o blues é muito mais que “aquelas músicas de strip-tease”. É um gênero alternativo ao que se chama hoje de alternativo. Mesmo esse público mostra resistência ao som do Mississipi. Como explicar tanta dedicação diante de tamanha dificuldade? Empatia, ou simplesmente amor ao blues. O principal objetivo da música é comover, emocionar. Logo, grande parte desses pioneiros do BRBlues encontraram a melhor forma de torná-lo seu, que é através da identificação, mesmo que para isso nenhum de nós precisemos trabalhar numa lavoura de algodão ou ter de se submeter a assentos para brancos ou negros no ônibus.
O blues traduz o que a alma diz, em reação ao ambiente. Por que não seria possível cantá-lo por aqui? Seria o mesmo que dizer que a rebeldia e o protesto do rock fossem exclusividade de alguns, em determinado ponto do globo. Isso é a globalização, que nunca destruirá completamente o regional. Vamos todos assistir de camarote ao crescimento do BRBlues.
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