Renato Russo: O Filho da Revolução





Renato Russo: O Filho da Revolução

Autor: Carlos Marcelo
Editora: Agir (Ediouro)
Lançamento: 2012 (2ª Edição)
Nº de páginas: 416

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Descobri este livro através do Tenho Mais Discos Que Amigos. Depois de uma temporada de livros jurídicos, precisava descansar a mente com algo que eu realmente gostasse. Comprei. Enquanto esperava chegar, notei que a capa é parecidíssima com a do O Baú do Raul Revirado, cheia de fotos 3x4, recortes, fotos de páginas manuscritas e datilografadas. Quando já em mãos, notei que o miolo também tinha suas semelhanças, com fotos e manuscritos em negativo. Só depois notei que são do mesmo grupo editorial (Ediouro). Mas as semelhanças param por aí.
Ao contrário da biografia do Raulzito, a do Renato é densa. Letras bem menores e mais páginas. "Caí pra dentro". Que ótima surpresa. O livro é um trabalho minucioso e detalhista, com o objetivo de nos fazer entender quem foi o líder da Legião. Por sinal, percebe-se logo nos primeiros capítulos, um líder nato. Um garoto extremamente inteligente e muito bem-educado. Assim como o Raul, adorava falar inglês. Era o típico garoto que não raramente surpreendia o professor com mais conhecimento que o próprio.
Um aspecto bem interessante o livro é a contextualização. Não me arrisco a um número exato, mas diria que pelo menos 40% do miolo é para situar o leitor no mundo em que viveu a personagem. Com ele, conhecemos a história de Brasilia, desde os tempos em que era apenas um sonho do então presidente JK. Visitamos o golpe militar de 1964 até o seu fim, com o desastroso período do presidente Sarney. Entendemos um pouco sobre a transição musical dos anos 70 para os 90, com a demonização do rock super-trabalhado do Led-Zeppelin e Pink Floyd e a ascensão do "simplório" e direto punk rock. Também como se deu a adaptação desse novo jeito de se falar através da música para os consagrados brasileiros da MPB. Tudo isso se relacionando diretamente com O Renato, sua família e sua turma. Passa-se a entender o porquê de filhos de militares e diplomatas do Regime Militar se mostrarem tão revoltados e indignados a ponto de se tornarem referência no país.
Ao contrário do que se espera, a parte dedicada à Legião Urbana de fato é a menor do livro, apenas a ponta do iceberg. Também não faz muita falta, considerando que nos capítulos anteriores tivemos um verdadeiro raio X da mente desse grande gênio do rock brazuca. A voz grave e empostada que dava lugar à voz frágil e tímida quando descia dos palcos. Sem dúvida um personagem ímpar, que não se vê sempre por aí, nem nas ruas nem no mainstream (muito menos no que hoje chamo de mainstream alternativo).
Como é de praxe, também temos o momento pré-morte por complicações causadas pela AIDS, como das grandes lendas: depressivo, triste e comovente. Não sei vocês, mas, assim como quando da queda das Torres Gêmeas, lembro-me perfeitamente do momento em que o rádio anunciou sua morte. Os especiais em todas as emissoras me comoveram, mesmo não sabendo direito quem era o Renato Russo. Lembro de ouvir e pensar algo do tipo "poxa, eu gosto muito dessas músicas". Gostava da voz que me passava a ideia de um cara muito sério e adulto. Eu tinha 13 anos.
Enfim, este é um livro que todo amante verdadeiro da boa música deve ter em sua coleção. Não me lembro agora de uma biografia tão envolvente. Não deu vontade de parar. De quebra ainda conhecemos um pouco da história de outros ícones, como os Paralamas, Capital, Plebe, Titãs, Camisa e até mesmo o Cólera, banda punk referência até hoje, citada várias vezes durante a leitura. O que está esperando? Compre e conte um pouco da sua experiência aí embaixo.

I. Malforea




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