O Top 50 é real?


As 50 músicas mais tocadas na ultima semana
Acabo de receber da Fábrica de Sucessos em meu e-mail uma lista das 50 músicas mais tocadas no Brasil na última semana, entre os dias 21 e 25 de dezembro. Nenhuma surpresa: basicamente temos sertanejos, funkeiros, forrozeiros-arrocheiros (essa mistura que hoje une toda a música descartável brasileira) e o Jota Quest, que, apesar de ser uma boa banda, sempre está no mesmo balaio que os anteriores, seja em festivais, programas de TV ou mesmo DVDs. Enfim, é o mercado. A música em si não importa tanto. Muitos nomes eu jamais ouvi falar, e percebi a grande influência que a Som Livre (gravadora da Globo) tem nesse cenário.

Estamos na era do mercado de nicho, mas o mainstream ainda existe e influencia. As suas principais maneiras de formar público ainda são as tradicionais: trilha de novela, participação em programas de TV e as rádios comerciais, que, quando não são de nicho sempre obedecem a cartilha que a TV dita, logo, natural que o sertanejo universitário, axé, arrocha, funk, e toda essa leva de músicas rasas e que fazem apologia à balada irresponsável sejam ainda o carro-chefe no que se considera "o gosto geral da população".

Mas é isso mesmo? Nós, os brasileiros somos sertanejos de asfalto que só pensam no fim de semana para "beber, cair e levantar"? "Arrastar uma gata qualquer para o fundo da Fiorino"? Nos tornamos tão medíocres assim? Ou sempre o fomos, e agora isso só está mais escancarado?

Diz-se por aí que o nível de educação do país aumentou. Realmente, em números temos muito mais gente cursando nível superior e fazendo até mesmo pós-graduações. E por que o nível da cultura (porque não é só na música que estamos nessa situação. Já parou pra ver a lista dos filmes brasileiros em cartaz? Basicamente só temos comédias idiotas da Globo e blockbusters gringos) está tão baixo? Como um país com muito mais acesso à educação que nos anos 70 e 80 deixou de ser exigente quanto ao conteúdo? Viramos mesmo uma massa de manobra assumida e que gosta de ser assim?

Não, eu não acredito que a boa música morreu. Sei muito bem que está nos nichos e que devemos buscá-la. Este é o novo modelo de mercado e muita gente fala sobre isso por aí. Mas onde estão os poetas que mesmo as gravadoras criavam? Aquela música de fazer pensar, que a própria Globo (representando aqui toda a mídia mainstream apenas como exemplo) criava? É tudo tão simples assim, a ponto de criar arranjos medíocres, letras estúpidas recheadas de machismo e pornografia e divulgar bastante que dá certo? 

A coisa mais selvagem e ancestral que temos é o sexo. Qualquer criatura sabe o que é isso, não é preciso um mínimo de civilidade. E isso, em pleno século XXI, auge da tecnologia e informação, é o que move o mundo. Basta oferecer sexo sob a forma de pessoas enclausuradas num reality show ou letras que remetem a isso e BUM! Temos o famoso hit! Essas listas de sucesso são o fiel retrato de uma sociedade, e o pior: da mentalidade de uma sociedade. Daí é perfeitamente compreensível quando ouço alguém dizer que quer fugir do Brasil.

"Brasil, mostra tua cara!", disse Cazuza. Mostrou e eu preferi que nunca houvesse mostrado.

Veja a lista completa desta e de outras semanas AQUI.


CDS, MP3, MÚSICAS CIFRADAS, ZINE E TUDO MAIS NO SITE OFICIAL DA DISTINTIVO BLUE:
http://www.distintivoblue.com

ASSINE O CANAL DA DISTINTIVO BLUE NO YOUTUBE:

http://www.youtube.com/distintivoblue

SIGA A DISTINTIVO BLUE NO TWITTER:

http://www.twitter.com/distintivoblue

SIGA A DISTINTIVO BLUE NO INSTAGRAM:

http://www.instagram.com/distintivoblue

CURTA A FANPAGE DA DISTINTIVO BLUE NO FACEBOOK:

http://www.facebook.com/distintivoblueoficial

SIGA-NOS NO BANDSINTOWN E SAIBA DOS NOSSOS SHOWS COM ANTECEDÊNCIA:

http://www.bandsintown.com/DistintivoBlue

CONTRATE A DISTINTIVO BLUE:
contato@distintivoblue.com

Postar um comentário

0 Comentários